Equipamentos: relação custo/benefício

12 - Equipamentos-Oficinais

Face à conjuntura económica que (ainda) atravessamos, mencionar a palavra “equipamentos” é, para muitos empresários do setor oficinal, sinónimo de custo em vez de investimento

Este artigo pretende reforçar a necessidade do empresário ir ao encontro das expectativas dos clientes (que muito mudaram no último ano) e, ao mesmo tempo, porque é crítico nos dias de hoje, otimizar a relação custo/benefício, neste caso concreto, dos equipamentos.

Se o processo de aquisição de equipamentos pôde, durante anos, ser tratado com uma periodicidade algo alargada no tempo, o facto de vivermos, atualmente, numa sociedade caracterizada pela instantaneidade, velocidade e globalidade, faz com que a atualização de equipamentos e respetivos softwares necessitem de atualizações quase constantes. Em particular na tecnologia automóvel, a evolução é de tal forma frenética, que a desatualização dos equipamentos é praticamente imediata…

Esta situação, que está longe de ser nova, nomeadamente em equipamentos de autodiagnóstico, deverá fazer refletir os gestores oficinais, já que não é razoável, muito menos economicamente viável, ter vários equipamentos de diferentes fabricantes para conseguir assistir de forma competente o canal multimarca. Esta realidade deverá transformar o modelo de negócio das organizações e, consequentemente, o modo de pensar e atuar dos seus responsáveis, nomeadamente na relação a ter com fornecedores/parceiros de equipamentos.

A necessidade premente do aumento da produtividade e, em simultâneo, a necessidade de obter vantagem competitiva nas organizações, nomeadamente na diferenciação relativamente aos concorrentes diretos, faz-nos relançar um tema que continua a ser um fator crítico de sucesso no negócio: a capacidade de inovação.

A aquisição de um equipamento, considerando o seu impacto no contexto de toda a “cadeia produtiva”, deverá ser uma vantagem competitiva que fará da empresa em causa um prestador de serviço, reconhecido pela competência técnica e pela qualidade da gestão do cliente.

O tema anterior no que diz respeito ao “reconhecimento por parte do cliente” é bastante complexo e necessita de uma abordagem muito mais ampla do que aquela que este artigo nos possibilita. No entanto, será interessante constatar que muitas oficinas esforçam-se para “servir bem” o cliente, embora nem sempre a imagem percecionada pelos clientes seja essa.

Para deixar um “amargo de boca” para alguns, o que interessa na fidelização do cliente é a imagem percecionada pelo cliente e não a do empresário…

Perante o que, anteriormente, ficou exposto, considera que a visão dos clientes relativamente à sua empresa é aquela que pretende passar? Ou será que supõe mas, na realidade, desconhece o que pensam eles? Se assim for, existem equipamentos/softwares que são excelentes ferramentas para apurar o que realmente os nossos clientes pensam…

Uma vez que o tema “Índice de Satisfação do Cliente” ficou para trás, voltemo-nos, uma vez mais, para a modernidade e para o benefício da compra de um equipamento, que deverá ser a “alavanca” que a empresa necessita.

Existem os mais variados tipos de equipamentos que uma oficina auto pode adquirir. E nem sempre a escolha é fácil, relativamente ao critério da prioridade. Para facilitar a escolha, sugerimos que os divida nos seguintes grupos:

– Equipamentos para gestão comercial;
– Equipamentos para gestão oficinal (produção);
– Equipamentos para gestão de clientes;
– Equipamentos para diagnóstico e reparação automóvel;
– Equipamentos para gestão financeira/contabilística.

A divisão anterior pretende classificar os mais variados tipos de equipamentos em cinco grandes grupos, e com estes, conseguir otimizar o processo de seleção.
Como em todo o investimento, devemos avaliar o seu retorno (Retorno sobre o Investimento).

O Retorno sobre o Investimento é o que habitualmente se designa de ROI (em inglês, return on investment).

Em termos simples, o ROI, ou Retorno sobre o Investimento, pode ser calculado com a seguinte fórmula:

– Lucro operacional/investimento x 100.
Ou seja, se fazemos um investimento de 100 que nos permite um lucro de 20, significa que a taxa de retorno sobre o investimento é de 20%.

Como será fácil de entender, quanto maior for a taxa de retorno, melhor poderá ser considerado o investimento.

De entre os principais índices para analisar o retorno do investimento, destacamos, neste artigo, o payback (ponto de equilíbrio) que, em termos simplistas, corresponde ao ponto que define o volume de negócios necessário para equilibrar os lucros. Ou seja, o payback corresponde ao montante mínimo de vendas necessário para recuperar o valor do investimento. Na análise de um projeto de investimento em equipamentos, devemos considerar o momento em que asseguramos o chamado “ponto de equilíbrio”. No fundo, é a partir desse momento que ocorre o potencial de lucro para a empresa que investiu.

Regra geral, nos primeiros anos de investimento, o projeto não será rentável de imediato. Salvo situações específicas, pretende-se ter o retorno sobre o investimento nos três a cinco anos seguintes ao ano zero do investimento.

Se o negócio correr bem, a empresa tenderá a gerar mais proveitos, que serão superiores aos custos, diluindo os custos de arranque do projeto. Na análise de um projeto, deve ter-se em conta os benefícios que o mesmo poderá acarretar ao nível da redução de custos.

A aquisição de um equipamento poderá permitir a necessidade de menor mão de obra, o aumento da capacidade de produção da empresa, bem como a redução de outros custos associados ao processo produtivo. Em última análise, ao propiciar uma redução dos custos, contribui para aumentar o lucro da empresa, bem como a capacidade de concorrência no mercado.

Uma vez que a redução de custos é o mote da campanha, não deixa de ser, também, muito interessante que a aquisição de um equipamento leve, por vezes, a conseguir mais clientes e/ou outro tipo de clientes que a empresa até então não “trabalhava”. Um equipamento e a forma como este é “comunicado”, poderá ter, também, um impacto grande na notoriedade da empresa. Mas, acima de tudo, no seu posicionamento relativamente a concorrentes.

Muitos dizem que devido ao momento atual, os investimentos estão congelados. Outros, afirmam que é este o momento para investir na mudança das suas organizações, para que estas estejam mais bem preparadas para enfrentar desafios e ainda mais flexíveis para se adaptarem às novas condições do mercado.

Se estiver neste segundo grupo, parabéns!